Como o noticiário afeta nossa saúde?
Como o noticiário afeta nossa saúde?

Como o noticiário afeta nossa saúde?

Nos últimos posts tenho pinçado notícias que considero positivas de diversos veículos de comunicação, como UOL, Terra, Globo.com e CNN e passado para vocês. Algumas pessoas têm me perguntado por quê? Bom, fui descansar em um domingo à noite e comecei a assistir a um programa para relaxar e me preparar para a semana e, do começo ao fim do programa, só notícias e informações que considerei negativas. Foi bem difícil relaxar e descansar depois do programa que se intitula de variedades. Fiquei incomodado com isto e encontrei em um artigo do UOL base para a minha resposta que está no artigo abaixo.

Como o noticiário afeta nossa saúde?

“Histórias inspiradoras têm benefícios Imagem: Roman Kraf/Unsplash Ana Prado Colaboração para Ecoa, de São Paulo 06/04/2021 06h00 Um número crescente de estudos científicos tem comprovado que o consumo de notícias pode ter grande influência na saúde física e mental das pessoas. Para especialistas, elas podem afetar não apenas o humor do dia, mas a forma como se enxerga o futuro e as chances de desenvolver transtornos de ansiedade e problemas de saúde desencadeados pelo estresse. Para se ter uma ideia, ficar exposto durante muitas horas a notícias de uma tragédia pode ser até mais traumático do que participar dela. A descoberta veio em 2013, quando pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine avaliaram a saúde mental de quase 5 mil adultos americanos após o ataque com bombas na Maratona de Boston, evento que dominou o noticiário mundial com uma cobertura cheia de imagens chocantes. Alguns voluntários do estudo estavam presentes nos ataques ou nos seus arredores, ou conheciam uma vítima. Mas, embora esse grupo tenha sofrido consequências psicológicas, o efeito foi menor do que o observado entre os que não estavam ali, mas consumiram muitas horas de cobertura jornalística nas semanas seguintes.

“Quando você vê repetidamente imagens de uma pessoa com ferimentos graves após o término de um evento, é como se ele continuasse e tivesse sua própria presença em sua vida”, explica Alison Holman, autora principal do estudo. “A exposição prolongada à mídia pode transformar o que foi uma experiência aguda em uma forma crônica de estresse”, completa. Os sintomas aumentavam a cada hora adicional de exposição às notícias, tanto via imprensa tradicional quanto pelas mídias sociais. Quem foi exposto a seis ou mais horas por dia era nove vezes mais propenso a desenvolver estresse agudo do que aqueles com exposição de menos de uma hora diária. Seis horas podem parecer muito tempo, mas, seundo as autoras, não é difícil alcançar essa marca se a pessoa fica com a televisão ligada em segundo plano enquanto trabalha, ou se acessa as redes sociais várias vezes ao longo do dia. Os efeitos dessa exposição também afetam a saúde física: quando prolongado ou muito intenso, o estresse pode funcionar como gatilho para uma série de problemas, como hipertensão arterial, alterações no sono e no apetite e aumento do colesterol e do açúcar no sangue.

O poder das boas notícias Embora a maioria dos estudos se concentre em analisar os efeitos das notícias ruins, já existem provas dos efeitos positivos do contato com boas notícias ou com reportagens que focam nas propostas de solução dos problemas, como as que são publicadas em Ecoa. Pesquisadoras da Universidade de Southampton, no Reino Unido, descobriram que matérias jornalísticas com uma abordagem positiva ou construtiva geram motivação para realizar boas ações (como fazer doações a instituições de caridade ou cuidar do meio ambiente, por exemplo). Já as notícias negativas ou com abordagens catastróficas reduziram as intenções de tomar medidas para combater os problemas.

Outra pesquisa, conduzida em 2016 pela pesquisadora de psicologia positiva Jodie Jackson, da University of East London, também revelou que consumir boas notícias pode promover maior motivação para contribuir com a mudança social. Mas outros impactos também foram identificados. “Os participantes revelaram que o excesso de notícias negativas os levou a ver o lado ruim das pessoas e a se sentir isolados. Porém o oposto foi observado quando leram notícias positivas: elas ajudaram a criar um sentimento de admiração pelo próximo e a restaurar sua fé na humanidade”, afirma a autora. O trabalho revelou também uma diminuição da ansiedade e melhora no bem-estar e no sentimento de autoeficácia – a crença das pessoas em sua própria capacidade de fazer a diferença no mundo. Para ela, no entanto, as consequências mais importantes foram o aumento do otimismo e da esperança. “Este aumento percebido no otimismo pode explicar a redução percebida na ansiedade e na sintomatologia depressiva”, explica. “A esperança também foi identificada como um recurso vital de enfrentamento. Ela funciona como o ‘combustível emocional’ que motiva os indivíduos a administrar o estresse e a perseverar na presença de problemas”. 

É fundamental se manter informado, especialmente em tempos dominados por fake news. Mas saber equilibrar o consumo das notícias também é necessário para não comprometer a saúde mental.”